«Um cheiro intenso a coentros e pão fresco»
Petites Fleurs, Pablo Picasso
«Hoje acordei com um cheiro intenso a coentros e pão fresco do Alentejo e com a notícia de que Maria Rosa Colaço tinha falecido. Sorri e lembrei-me da Maria Tonta como Eu” ! Há livros e autores que nos acompanham toda a vida. Por vezes nem percebemos porquê. Não entendemos como aquele livro de páginas envelhecidas, sublinhado, lido e relido, se foi instalando na nossa vida. Como se foi recheando de aromas, imagens, afectos e se fez memória. Ainda não percebi se isso é mérito do escritor, do leitor ou dos momentos mágicos que ambos constróem: palavra a palavra , imagem a imagem, livro a livro. Maria Rosa Colaço sabia dessa cumplicidade , da ponte que ligava o coração do leitor ao mundo e que ela, escritora, precisava da ajuda dos seus leitores para atravessar essa ponte. Maria Rosa sabia o segredo das pequenas coisas, tecidas de tempo e memória e usava as palavras “papoila” e “malmequer” , para falar do ritual do renascer , transformar e morrer que é a vida. Sabia que o lugar dos afectos começa no levar um sorriso de mãe dentro dos olhos. Maria Rosa acreditava que as estradas podem ser largas, mesmo para os que nascem do lado mais duro da vida, mas acima de tudo acreditava na força do “semear” para mudar o mundo. Maria Rosa tinha um Deus generoso misturado com o aroma dos coentros, a cor das melancias e a paixão doentia pela sua terra Alentejana. Por isso enterrava caroços e bichos debaixo de uma nespereira, lugar mágico onde tudo podia acontecer, na esperança de ver crescer árvores, asas ou utopias. Por isso hoje, quando as estrelas nascerem, vou abrir o livro da Maria Tonta como Eu e embalar a minha filha de 8 anos com as palavras da Rosa e semear. Que Deus esteja contigo Rosa! »
Cristina Taquelim (Biblioteca Municipal de Beja)
«Hoje acordei com um cheiro intenso a coentros e pão fresco do Alentejo e com a notícia de que Maria Rosa Colaço tinha falecido. Sorri e lembrei-me da Maria Tonta como Eu” ! Há livros e autores que nos acompanham toda a vida. Por vezes nem percebemos porquê. Não entendemos como aquele livro de páginas envelhecidas, sublinhado, lido e relido, se foi instalando na nossa vida. Como se foi recheando de aromas, imagens, afectos e se fez memória. Ainda não percebi se isso é mérito do escritor, do leitor ou dos momentos mágicos que ambos constróem: palavra a palavra , imagem a imagem, livro a livro. Maria Rosa Colaço sabia dessa cumplicidade , da ponte que ligava o coração do leitor ao mundo e que ela, escritora, precisava da ajuda dos seus leitores para atravessar essa ponte. Maria Rosa sabia o segredo das pequenas coisas, tecidas de tempo e memória e usava as palavras “papoila” e “malmequer” , para falar do ritual do renascer , transformar e morrer que é a vida. Sabia que o lugar dos afectos começa no levar um sorriso de mãe dentro dos olhos. Maria Rosa acreditava que as estradas podem ser largas, mesmo para os que nascem do lado mais duro da vida, mas acima de tudo acreditava na força do “semear” para mudar o mundo. Maria Rosa tinha um Deus generoso misturado com o aroma dos coentros, a cor das melancias e a paixão doentia pela sua terra Alentejana. Por isso enterrava caroços e bichos debaixo de uma nespereira, lugar mágico onde tudo podia acontecer, na esperança de ver crescer árvores, asas ou utopias. Por isso hoje, quando as estrelas nascerem, vou abrir o livro da Maria Tonta como Eu e embalar a minha filha de 8 anos com as palavras da Rosa e semear. Que Deus esteja contigo Rosa! »
Cristina Taquelim (Biblioteca Municipal de Beja)
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